Judas Priest – Redeemer of Souls

Judas Priest - Redeemer of Souls

The Priest is Back! Não tem como começar uma conversa sobre o novo trabalho do gigante Judas Priest sem entoar essa célebre frase. Depois de muito “disse me disse” sobre a continuação da banda, o grupo retorna com “Redeemer of Souls”, que após seis anos sucedeu o mediano “Nostradamus”. O disco também é a primeira gravação sem o lendário K.K Downing na guitarra. O novo guitarrista Richie Faulkner deu conta do recado.

E Redeemer of Souls é um trabalho cheio de nuances que trazem à memória a atmosfera de clássicos como “Sad Wings of Destiny” (1976), “Sin After Sin” (1977) e álbuns menos renomados como o “Ram it Down” (1988).

O trabalho já começa cheio de riffs com a faixa “Dragonaut” e seu jeitão clássico de Judas Priest, essa música poderia ter um pouco mais de peso. A faixa lembra os tempos do “Ram It Down” (1988). Na sequencia a canção título mantém a qualidade de riffs e é uma boa composição.

Com uma levada mais Power Metal, a música “Halls of Valhalla” já traz a banda rápida, um pouco mais pesada e ao mesmo tempo melódica. O excelente trabalho de guitarra e bateria no início da música deu o gás que faltava ao início do disco. E sem dúvida que é a melhor faixa do play. E parece que a máquina de riffs está azeitada e em pleno funcionamento como em “Sword Of Damocles”, que me transportou aos áureos tempos da década de 70 na discografia do Judas Priest.

Nada como uma segunda audição do disco para descobrir mais uma faixa simples e que ficou entre minhas favoritas: “March Of The Damned”, que é obscura e carregada. E parece que a banda não perdeu a mão mesmo para riffs e introduções de guitarra arrebatadoras, e “Down In Flames” é uma dessas.

Tirando o pé completamente do acelerador a sétima faixa “Hell & Back” começa baladinha e aos poucos vai do Rock N Roll à levada Heavy Metal bem característica do Judas Priest. É uma música para levantar o punho cerrado no show.

Quem me disser que não sentiu uma mistura de climas anos 70 com Ram it Down na faixa “Cold Blooded”, por favor: – Escute novamente o Ram It Down. A música tem um andamento mais lento e as guitarras aparecem com destaque novamente.

A banda retomou o peso com a “Metalizer”. E que peso! Com riffs velozes e mais agressividade na voz por parte do senhor Ralford, essa é mais uma das minhas favoritas do disco.

A Sabbathiana “Crossfire” é melódica e pesada com um final rápido e matador, não preciso falar mais nada! Já o tom apocalíptico em “Secrets of The Dead”, com passagens sacras destoa do disco, mas ainda assim é uma ótima faixa. As faixas “Crossfire” e “Secrets of the Dead” poderiam facilmente ter figurado nos álbuns setentistas do Judas, são canções mais obscuras e lentas.

A épica “Battle Cry” faz uma ótima ponte com o final do disco. O trabalho de guitarra e bateria da canção mais uma vez é o diferencial. E Halford fica menos passivo e solta mais a voz e a agressividade.

Será apenas pura coincidência o disco fechar com a mais do que Sabbathiana “Beginning of the End”? Um tema lento, com cara de Planet Caravan…

Será apenas coincidência essa faixa ser a décima terceira do disco? Uma alusão ao último trabalho do Sabbath? Seria uma homenagem? Lembrando que o álbum 13 abriu com End of the Beginning. Ou tudo isso são apenas especulações e teorias conspiratórias de quem vos escreve?

Fechando essa conversa, todos os ingredientes para um bom disco do Judas Priest estão presentes: duelo de solos bem encaixados e riffs em vários momentos, mas ainda faltaram algumas coisas, um pouco do peso de Angel of Retribution (2004). O baterista Scott Travis pareceu mais contido, mesmo executando ótimas passagens como as mencionadas. E Rob Halford cantando moderadamente.

E quem adquirir o CD em versão Deluxe terá ainda mais cinco faixas para se deliciar.

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