O Bathory é considerado a maior influência, seja ela direta ou indiretamente para as bandas de black metal da década de 90 até o momento. O grupo foi pioneiro ao lado dos ingleses do Venom em tocar black /death de forma suja e agressiva e depois se aprimorou ao incrementar suas composições com atmosferas vikings e lendas nórdicas.
Sua trajetória é marcada por muitos mistérios, desde o nome verdadeiro do seu líder até quem são os músicos que gravam com Quorthon. Muitos nomes já foram dados como sua identidade verdadeira, mas não passavam de boatos. Esse fato é um dos muitos que envolvem a banda e dão um certo ar de mistério, principalmente no inicio da carreira, já que o Bathory tocou pouquíssimas vezes ao vivo e isso foi na Suécia entre 1983 e 1985, depois disso nunca mais se apresentaram.
Vindo da Suécia, Quorthon formou a banda por volta de 1983, na época era um grupo como outro qualquer formado por adolescentes entre 15 e 17 anos e queriam tocar algo na linha do Motörhead. Durante esse início Quorthon batizou sua banda de Nosferatu (Influenciado pelo filme estrelado por Bella Lugosi). Mas o nome do grupo foi logo modificado para Elisabeth Bathory, em homenagem a condessa húngara.
Quorthon teve contato com a macabra estória sobre a vida da condessa aos catorze anos em uma viajem à Londres. Meses depois o nome foi encurtado para Bathory e assim ficou desmentindo o mito preservado por muitos fãs de que o nome da banda havia sido retirado de uma música do Venom “Countness Bathory”.
A parte lírica do Bathory evoluiu muito desde o primeiro álbum, já que suas primeiras estórias foram inspiradas em revistas de terror cômico como Chock, uma publicação semelhante a Tales From the Crypt e não em uma Bíblia Negra como foi dito pelo próprio Quorthon.
Ensaiando em uma garagem que também servia como uma oficina mecânica e com a banda já formada, começam as gravações de algumas faixas entre elas “Satan is my Master” e “Witchcraft”. Essas músicas percorreram o underground europeu e a banda foi chamada para participar de uma coletânea com grupos escandinavos. Esta compilação chama-se “Scandinavian Metal Attack”, o Bathory participou com as faixas “Sacrifice” e “The Return of Darkness and Evil” e foi lançada em 1984.
A resposta por parte do público europeu foi tão boa que a banda recebeu uma centena de cartas pedindo mais material. Isso levou o grupo a lançar seu primeiro álbum em 1984.
Batizado apenas como Bathory e lançado pelo selo Black Mark, esse selo foi responsável por todos os lançamentos do Bathory. O play foi gravado em uma garagem com um custo baixíssimo, mas o alto nível desse material é considerado por muitos um clássico do black metal. A capa toda preta, trazendo apenas um bode em amarelo foi retirada de uma revista de horror.
Em meados de 1985 o grupo participa novamente da coletânea “Scandinavian Metal Attack” com as faixas “Hades” e “War” conseguindo mais uma vez chamar atenção para sua sonoridade.
Meses depois foi lançado o segundo álbum, com uma produção muito superior ao debut, The Return marca a evolução de Quorthon que assumiu toda a responsabilidade pela composição das letras e músicas do play. A foto da capa foi conseguida através de um amigo de Quorthon enquanto viajava por Gotland, uma das maiores ilhas da Suécia. Um dos destaques do álbum é a música “Born of Burning” dedicada a uma bruxa chamada Marrigje Ariens nascida em 1521 e queimada em 1591 na Holanda. Quorthon chegou a ela através de seus estudos das atrocidades cometidas pela igreja católica através dos séculos.
Alguns planos para turnês foram discutidos, mas não chegaram a se concretizar. Um deles envolvia uma tour com o Sodom. Porém, o grande problema de Quorthon era que não tinha um baterista, assim o vocalista convidou Witchhunter que aceitou o convite e voou para Estocolmo onde realizou alguns ensaios com a banda. Os ensaios não deram bons frutos e Witchhunter voltou para a Alemanha e a tour nunca se concretizou.
O terceiro álbum “Under Sign of Black Mark” veio em 1987 e marcou uma fase de mudança muito importante para o Bathory. Foi sua transição do black metal ríspido, pesado e com temática puramente satanista, para algo muito mais elaborado. As letras passaram a tratar da mitologia nórdica, o que era algo novo para época, a sonoridade incluía teclados e passagens mais lentas. Inicialmente o play chamaria ”Nocturnal Obeisance”, sua capa foi retirada da ópera cigana Carmem em uma passagem entre dois atos. O álbum possuí músicas muito boas como “Woman of Dark Desires” dedicada à memória da Condessa Elizabeth Bathory (1560-1640), a música “Of Doom…” que foi dedicada aos fãs.
Nessa época Quorthon planejava criar um vídeo que representasse toda a magia de suas composições. A ideia inicial era alugar um campo militar onde seria construído um imenso palco que levaria alguns minutos para ser percorrido. O set de bateria teria 18 peças, além de toneladas de pirotecnias como fogo e fumaça. Esse projeto nunca se tornou realidade.
Durante o período de um ano, entre 1987 e 1988, Quorthon dedicou-se ao quarto play do Bathory o excelente Blood Fire Death. A princípio seria um disco duplo, sendo que o primeiro seria mais speed e death metal, já no segundo músicas épicas. Mas os planos dessa empreitada foram abandonados logo que se descobriu que sairia caríssima a produção. Desse trabalho foram aproveitadas somente oitos músicas que saíram em um álbum simples. As faixas restantes foram aproveitadas em um outro álbum que levou o nome de “Blood on Ice” e ainda foram adicionadas duas canções do “Hammerheart”.
A parte lírica do álbum trata predominantemente sobre guerras e batalhas vikings. Sua capa é uma pintura de 1872 do pintor norueguês Peter Nicolai Arbo chamada “Asganrdsteien”.
Ainda em 1987 o Bathory fez algumas sessões de gravação que ficaram conhecidas como “Requiem”, mas não tem nenhuma ligação com o álbum do mesmo nome. As músicas que se tem notícia até hoje dessa sessão são “Crawl to your Cross” e “Burnin Leather” que acabaram sendo lançadas no Jubileum 1 e 2.
Uma nova década se inicia e o Bathory retorna à cena em 1990 com seu quinto álbum, deixando de uma vez por todas a imagem de banda satânica e traz ao público uma nova vertente do metal extremo que é a mistura da sonoridade black metal com a atmosfera e a tendências Vikings. A capa é de autoria do pintor inglês Sir Frank Dicksee (1853-1928) e foi cedida pela Manchester City Art Gallery. Foi nessa época que a banda grava seu primeiro clipe com a faixa “One Rode to Asa Bay”.
No ano seguinte o Bathory volta com “Twilight Of The Gods” que é basicamente uma seqüência do álbum anterior, com passagens lentas e épicas e uma marcante influencia clássica, vale destacar que a faixa “Hammerheart” é uma música clássica escrita pelo compositor britânico Gustav Holst (1874-1934) e que Quorthon aproveitou e escreveu uma letra. Foi a afirmação do estilo criado por Quorthon, que havia ameaçado que este seria seu último álbum do Bathory.
Na contra-capa do álbum existe um trecho de Friedrich Nietzsche (filósofo alemão) de 1871 que fala sobre a época moderna em que as pessoas perceberão que Deus não existe, que nada poderá salvá-las, e será uma época de grande temor por não se ter onde apoiar. Será a época do “twilight of the gods” (decadência dos deuses), que inspirou o nome do álbum.
Em 1992 o Bathory solta uma coletânea chamada “Jubileum Volume I” com todos os clássicos que a banda tem direito e com algumas novidades como a faixa “Sacrifice” que saiu na compilação Scandinavian Metal Attack e “You Don’t Move Me (I Don’t Give a Fuck)” que ainda não havia sido lançada.
Logo no ano seguinte, mais uma coletânea é lançada “Jubileum Volume II”, vale destacar aqui as raridades como a faixa “The Return Of The Darkness And Evil” (da compilação “Scandinavian Metal Attack”), “Burnin’ Leather” (gravada em 87) e “Die In Fire” (em 83) que ainda não haviam sido lançadas.
O Bathory ficou sem gravar um novo álbum por três anos e em 1994 ressurge com o obscuro “Requiem”. Suas músicas foram escritas em apenas duas semanas, a sonoridade apesar de diferente dos últimos álbuns ainda é pesada e rápida e suas letras voltam a tratar de ocultismo.
Como todo grupo, às vezes existem alguns álbuns que os fãs preferem dizer que não faz parte da discografia da banda e em 1995 o Bathory conseguiu a proeza de lançar o mais fraco de seus trabalhos. Foi “Octagon” que mesmo trazendo estórias verídicas, isso segundo Quorthon, não conseguiu agradar os fãs que já estavam acostumas com o lado viking que o grupo adotara. A banda veio com uma sonoridade similar às bandas de thrash metal da década de 80, mais precisamente as da Bay Area.
De acordo com Quorthon em algumas entrevistas, ele afirma que a música “Something”, relata a história de um maníaco do Canadá (Jhon WayneGacy) que se drogava e assassinava e estuprava garotos, espalhando seus corpos pela casa, foram encontrados uma média de 33 corpos deteriorados em uma etapa muito avançada. Um dos garotos fugiu e contou tudo à polícia.
Como foi notório que a mudança não agradou em nada seus fãs, o Bathory retorna em 1996 com Blood on Ice. Na verdade esse play foi gravado em fita por volta de 1988 e 1989, mas só em 1996 foi lançado no mercado.
Esse é um trabalho conceitual que se baseia na estória de um garoto que acaba se tornando o único sobrevivente de uma vila tacada e acaba buscando vingança. Esse história foi baseada em HQs do Conan. O álbum é muito bom, com épicos melódicos como em “The Lake” e passagens acústicas como em “Man of Iron”.
Em 1997 o selo Black Mark lança uma compilação das bandas de seu cast fazendo covers de seus grupos favoritos e ficou conhecida como “A Black Mark Tribute”. O Bathory tocou “Ace Of Spades” do Motörhead e Quorthon faz um cover de “God Save The Queen” dos Sex Pistols. “A Black Mark Tribute Vol. II” sai em 98 com o Bathory fazendo cover de “War Pigs” do Sabbath e Quorthon com “Sleeping” dos Beatles.
Mais uma coletânea é lançada, isso em 1998 que ficamos conhecendo a terceira parte de Jubileum. Que não trouxe nada que chame muito a atenção.
O que ninguém esperava aconteceu. Um novo álbum do Bathory surge em 2001 e Destroyer of Worlds traz bons momentos de letras e músicas.
E Quorthon queria mostrar que estava inspirado e voltou em 2002 com a primeira parte de sua saga épica denominada Nordland I. O álbum de ótimos momentos, mas não tem muito peso e são nas faixas épicas que o Bathory se sai melhor. E já no ano seguinte veio a parte dois da saga que seguiu a mesma trilha de seu antecessor e não acrescentou muita novidade.
Além de sua carreira com o Bathory, Quorthon ainda produziu dois álbuns solo. O primeiro foi lançado em 1994 e se intitulava apenas “Quorthon” e o segundo saiu em 1997 com o título de Purity of Essence. Neles o vocalista e multi-instrumentista fez o que sabe fazer de melhor, ou seja, gerenciar uma banda. Ele compôs, gravou todos os instrumentos. Teve apenas uma pequena participação de Rex Luger, que havia sido o engenheiro de Blood on Ice e tocou teclado na faixa “One Those Days”
Mas a história do Bathory e do homem por trás da banda tem um final triste. Em junho de 2004, Quorthon é encontrado morto em sua casa, fontes asseguram que o músico morreu de uma parada cardíaca. Deixando um legado para as bandas que souberam aproveitar de suas criações junto ao Bathory.
A lenda mítica de Quorthon e do Bathory não morrerá jamais, já que a forças de seus álbuns e o poder que apenas um homem pode criar nas mentes de fãs e de diversas bandas que acabaram se tornando seus seguidores viverá para sempre.
Quorthon (Tomas Forsberg)
Vocais e todos os instrumentos
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