Os integrantes Matti Karki (vocal), David Blomqvist (guitarra) e Fred Estby (bateria) são o núcleo vital de uma das mais importantes e reconhecidas bandas suecas de death-metal. O Dismember é considerado o pai do death metal sueco, lógico que ao lado de seus compatriotas do Edge of Sanity, At the Gates e Entombed.
O grupo surgiu ainda nos anos oitenta lá pelo finalzinho. É um dos pouquíssimos representantes do verdadeiro death-metal “old school” sueco. Seus trabalhos são tidos como referencia do estilo, que preserva a ferocidade, o peso e a técnica característica do death-metal sueco e europeu. O único álbum da banda que destoa da sua discografia seria o Massive Killing Capacity (1995) onde o grupo se aproxima de um death-rock que era uma linha adotada pelo Entombed.
Em meados de 1988 na cidade de Stockholm, capital da Suécia e principal cidade daquele país, em seu underground se formava o Dismember. A banda começou como um trio composto por Robert Sennerback (baixo/vocal), David Blomqvist (guitarra) e na bateria Fred Estby.
Esse line-up inicial foi mantido para a gravação de duas demos a primeira “Dismembered” e “Last Blasphemies”. Os membros originais da banda dobraram-se em 1989 quando se juntaram ao Carnage. Vale a pena abrir um parêntese aqui e contar um pouco sobre essa banda.
O Carnage foi uma banda também da Suécia e de death-metal, que contou em sua formação com David Blomqvist, Fred Estby e Matti Karki, todos atualmente no Dismember. Além de Johnny Dordevic (baixo) que mais tarde faria parte do Entombed e Mike Amott (Arch Enemy, Carcass). Na verdade essa banda era um projeto de Mike que abandonou a banda após o lançamento do primeiro álbum “Dark Recollection” em 1990. Mike foi se juntar à banda inglesa Carcass e gravou logo de cara um dos melhores álbuns do grupo “Necroticism – Descanting” (1991) e Heartwork (1993), em 1995 montou o Arch Enemy.
Assim, com o fim do Carnage, David Blomqvist, Fred Estby e Matti Karki reativaram o Dismember. Ainda como um trio gravaram uma demo “Reborn in Blasphemy” antes de gravarem convidaram o guitarrista do Unleashed, Senneback e o ex-baixista do Carbonized Richard Cabeza. Para quem não sabe Carbonized foi uma das bandas de Christopher Johnsson do Therion.
A demo teve uma boa aceitação no cenário europeu o que levou a banda assinar um contrato com a Nuclear Blast. A gravadora alemã incluiu duas faixas da demo na coletânea “Death Is Just Beginning”.
Em 1991 a banda lança seu primeiro álbum, Like An Ever-Flowing Stream. O debut do Dismember é uma obra de arte. A começar pela capa. Até hoje me arrependo quando estive nas mãos com um pôster imenso dessa capa e não o comprei. Foi na época em que o LP foi lançado no Brasil pela Rock Brigade. Enfim…
O cd caiu como uma bomba no cenário europeu até então invadido pelo death-metal da Flórida com bandas como Death, Cannibal Corpse, Malevolent Creation e Deicide. A banda subiu rapidamente no conceito da imprensa e dos fãs. O Dismember conseguiu também uma boa notoriedade quando a Inglaterra e a Austrália confiscaram ‘Like An Ever Flowing Stream” por conter material “indecente e obsceno”. Além de realizarem uma extensa tour com o Death e o com o Cannibal Corpse.
Focando o lançamento do segundo álbum, o Dismember sacia a sede por death-metal dos fãs com o EP “Pieces” lançado em 1992. Em 1993 lançam o segundo álbum “Indecent and Obscene”. Esse trabalho foi responsável por levar a banda pela primeira vez aos EUA tocando com o Suffocation e Deicide. Depois retornaram à Europa para tocar com o Morbid Angel.
O terceiro álbum da banda é lançado em 1995 e divide opiniões. “Massive Killing Capacity” é tido como o melhor momento da banda por alguns e como trabalho fraco. Fraco porque o Dismember sempre primou por novas sonoridades sem deixar de lado a brutalidade de suas músicas, nesse trabalho a banda estaria mais melódica. Mas as maiores críticas que se fazem a esse trabalho é que a banda perdeu sua identidade soando muito como o Entombed.
Após o terceiro trabalho a banda se deu férias e retornou com um Ep em 1997 chamado “Misanthropic” e ainda no mesmo ano lançam “Death Metal”. Um trabalho tão forte quanto seus antecessores. Porém, vale ressaltar que o Dismember é um grupo em constante mutação e a cada novo álbum a banda surge com adicionais musicais que melhoram e muito seu trabalho. E com “Death Metal” não foi diferente, a banda está parecendo muito com algumas atuais bandas de death metal melódico. É um trabalho que vale a pena conferir.
Em 2000 o grupo retoma as atividades com “Hate Campaign”, o nome faz jus a brutalidade do álbum que trouxe a banda novamente aos olhos dos fãs e do cenário do death metal mundial. Esse foi o último trabalho da banda pela gravadora Nuclear Blast.
Somente quatro anos depois de “Hate Campaign” que a banda volta com uk novo trabalho de estúdio. E é justamente com “Where Ironcrosses Grow”, lançado em 2004, que o grupo dá as caras novamente no cenário death metal mundial. Esse trabalho manteve o death metal “old school” característico da banda, porem sem soar totalmente extrema.
Parece que “Where Ironcrosses Grow” (2004), fez a banda retomar os lançamentos constantes de novos trabalhos, sem deixar uma lacuna de tempo entre os discos. Prova disso é “The God That Never Was”, lançado em 2006, que foi seu sétimo trabalho de estúdio e conseguiu mais uma evidenciar o nome do Dismember como um dos mais importantes do cenário. Esse cd foi lançado no Brasil via Hellion Records.
O oitavo disco da banda foi lançado em 2008 e parece que o grupo estava sedento por peso e death metal. O trabalho é uma aula do estilo e une diversas referencias a bandas de outros estilos como Slayer e Motorhead, mas tudo isso encorpado com a cara do Dismember. Esse trabalho é considerado um dos melhores discos da banda nos últimos anos.
Infelizmente em outubro de 2011 o baixista da banda Tobias Cristiansson informou o fim do grupo, “Depois de 23 anos, o Dismember decidiu terminar. Agradecemos aos nossos fãs pelo apoio”.
Formação mais Recente:
Matti Karki (Vocal)
David Blomqvist (Guitarra)
Martin Persson (Guitarra)
Tobias Christiansson (Baixo)
Thomas Daun (Bateria)