Esse disco representa muito para mim. Desde adolescente sou maluco pra ter em vinil. e hoje tenho duas cópias. Já tive esse álbum umas dezenas de vezes em cd, que já me serviu como moeda de troca ou para ganhar uma grana e ir a shows. Acho que já vendi esse álbum em cd para uns cinco ou seis amigos diferentes.
E com a grana eu ia para algum show: Bruce Dickinson em 1998, Helloween e Megadeth. E por aí vai. Claro que isso ocorreu em uma época em que os ingressos não eram o roubo que são hoje.
Ter esse álbum em vinil é uma experiência que vai além da música e dessa dimensão astral. É algo transcendental! Quanta viagem! (risos)
Vi esse disco pela primeira vez com meu ex-vizinho Luís Marcelo, eu devia ter uns 14 anos e ele uns 21, isso por volta de 1992. Eu estava começando a ouvir metal e o disco com essa cara do Ozzy cuspindo sangue, que eu nem imaginava quem era a figura da capa, chamou MUITO a minha atenção.
Depois de algum tempo, sondei meu vizinho para ver se rolava uma gravação em fita K7. E olha que foi um sufoco arrumar uma fita de 90 minutos. Consegui a fita nas coisas do meu pai, que fazia uns cursos de idiomas da Editora Globo. Ele tinha Francês, Espanhol e Alemão. Peguei a fita k7 de Francês.
Depois do disco gravado e eu ter conferido o LP por dentro, fui escutar essa obra de arte. NOSSA! Que álbum e que sonoridade, o peso desse trabalho é descomunal.
Também não é pra menos, na bateria ninguém menos que Tommy Aldridge, na guitarra Brad Gillis e no baixo Rudy Sarzo. Só os mais feras da década de oitenta.
E nos vocais. ELE! Que não é o melhor vocalista, não é o melhor letrista, não tem a melhor das aparências e não tem a melhor voz. O cara nem tem aparência para um vocalista de uma banda de Heavy Metal, MAS ELE É O CARA! E OZZY arrebenta nesse disco!
A sonoridade do álbum é descomunal, só ouvindo pra sentir toda a vibração, mas vamos com calma!
O álbum foi gravado no dia 26 e 27 de novembro de 1982 em Nova Iorque. Ou seja, o disco foi gravado alguns meses após o trágico acidente de avião que matou o guitarrista Randy Rhoads.
Na época, Ozzy não deu muito crédito ao álbum. Especula-se que esse disco só foi lançado por pressão da gravadora. E mesmo tendo sido gravado durante a tour do álbum Diary of a Madman (1982), o disco contém apenas músicas da fase Black Sabbath do Ozzy.
Mas o descrédito de Ozzy Osbourne em relação ao lançamento do Speak of the Devil é justificável em razão de três motivos:
Os boatos que rondam é que a decisão da gravação desse álbum partiu da pequena gravadora Jet Records e a empresária do Ozzy, a Sharon Osbourne. Ambos estavam de olho nos direitos autorais que haviam expirado do Black Sabbath. E com essa gravação todo mundo sairia ganhando: a gravadora, os membros do Sabbath e Ozzy. Juntando a isso o contrato que a Jet fechou com a CBS, que traria muitos lucros para a pequena gravadora.
O Black Sabbath ensaiava lançar um álbum ao vivo com Dio nos vocais. E Ozzy queria a qualquer custo, que o seu live saísse primeiro. Nós dois estávamos passando por nossas próprias misérias”, lembrou o baixista do Sabbath, Geezer Butler . “Não podíamos deixar de lançar Live Evil e Ozzy foi forçado a fazer Speak of the Devil .”
A banda do Ozzy na época não gostou nada da ideia de gravar um disco ao vivo só com músicas do Sabbath. Principalmente o jovem e virtuoso guitarrista Randy Rhoads. O que levou toda a banda a um motim contra esse trabalho. Os músicos consideravam um retrocesso em suas carreiras. Esse pequeno motim deixou Ozzy furioso.
Nos bastidores Ozzy estava puto com tudo isso e descontou na bebida e em porres homéricos. E foi em um desses porres que o Madman cometeu um de seus mais famosos atos de loucura: urinando em um dos mais, senão o mais importante monumento histórico do Texas – o Álamo.
No dia 19 de fevereiro de 1982, Ozzy estava curtindo a vida como um famoso e excêntrico astro do rock. Mas como nem tudo são flores, Ozzy saiu do hotel e cambaleando pelas ruas de San Antonio, vestindo as roupas de Sharon, já que a ela havia escondido as roupas de Ozzy para forçá-lo a não sair, ele foi parar no Alamo Plaza. E no interior do prédio fez o seu famoso xixi!
Esse monumento fúnebre foi construído por volta de 1939 pela Comissão do Centenário do Texas. A função era homenagear os mortos na famosa batalha de 1836 durante a Guerra da Independência do estado. O monumento é um marco histórico e símbolo de orgulho para os texanos.
Ozzy foi preso e saiu mediante o pagamento de uma fiança de 40 dólares. O valor da fiança não foi nenhum absurdo para o vocalista, mas o golpe veio com a proibição de tocar na cidade até 1992, quando o Madman fez um pedido de desculpas público e realizou a doação de dez mil dólares para uma ONG local.
Os planos iniciais para a gravação do álbum consistiam em um show com garotas seminuas no palco, o que nas palavras de Sharon seria “o maior espetáculo de rock de todos os tempos”. Mas infelizmente esses planos não foram adiante devido a morte de Randy Rhoads em um trágico acidente de avião.
Enquanto a banda ensaiava em um estúdio na cidade de Nova Iorque, Ozzy estava absorto em seu luto e não apareceu um dia sequer. O sumiço de Ozzy incomodou a banda, que só teve cinco dias para aprender o repertório.
Foi durante esse período que Rudy Sarzo aproveitou para gravar em segredo as sessões que viriam a se tornar o álbum Metal Health do Quiet Riot. Logo depois dos shows de Speak of the Devil, Sarzo pulou fora da barca e seguiu com o Quiet Riot.
E no dia da passagem de som do primeiro show no Ritz, Ozzy deu as caras. O Madman, que estava mais MAD do que MAN, não conseguia sequer lembrar as letras das músicas. Durante o show usou um caderno com as letras manuscritas, e lia enquanto cantava!
Gravado em 1982 na cidade de Nova Iorque, o trabalho reúne as melhores músicas Black Sabbath em versões muito mais pesadas. Parece que as músicas têm mais raiva, rancor e aquele sentimento de dever cumprido, ou seja, já que o Sabbath não gravou um álbum ao vivo com Ozzy (oficialmente e enquanto estavam juntos), deixa que o Madman faça isso sozinho! E FEZ MUITO BEM! Calma, que não foi bem assim!
Se compararmos Speak of the Devil com outros lançamentos ao vivo do Ozzy, principalmente o Tribute, que possui gravações de apenas um ano antes, podemos constatar que a banda está muito bem. E não seria para menos, já que Ozzy contou com músicos requintados e muito requisitados na época.
Sem dúvida Ozzy regravou algumas partes em estúdio. Mas isso não tira o mérito do álbum, que parece ser um legítimo “LIVE”. É claro que existem algumas falhas aqui ou ali. Mas vale lembrar que o guitarrista Brad Gillis, por exemplo, foi recrutado para a banda pouco tempo antes desse show. E ele teve que aprender todo o set-list bem rápido. Talvez por isso é constante ouvirmos ele usar a alavanca da guitarra para distorção, talvez com o intuito de ocultar erros e voltar para a música.
Porém nada disso tira o brilhantismo de Speak of the Devil. Na minha humilde opinião esse é um dos dez melhores álbuns ao vivo de metal e o melhor registro ao vivo do Ozzy e do Black Sababth. Se eu fosse exilado em outro planeta e só pudesse levar um disco para ouvir, sem pestanejar o Speak of the Devil seria esse disco.
Algumas canções do Sabbath desse disco poucas vezes foram executadas ao vivo, como “The Wizard”, com uma introdução emocionante de gaita e “Symptom of the Universe”, talvez a mais pesada do álbum.
A capa de Speak of the Devil também é outra pérola, já que mostra o Madman com caninos e cuspindo sangue, algo bem pesado se considerarmos o início da década de 80. Depois de um tempo eu consegui um quadro com 1.60 de altura com a parte interna do disco. Meu pai quase teve um troço quando viu no meu quarto.
O disco foi muito bem recebido pelos fãs, mesmo que Ozzy e a sua atual gravadora tenham virado as costas para ele. Precisamos levar em consideração que a demissão do Madman do Black Sabbath ocorreu apenas há três anos. E pouca gente dava algum crédito para o vocalista. Só mesmo a Sharon, empresária do músico, que ainda via algum talento no até então fracassado vocalista.
Mas Speak of the Devil foi resultado de uma excelente guinada na carreira de Ozzy. Ele vinha de dois álbuns muito bem conceituados e em ótimas posições de venda. Blizzard of Ozz e Diary of a Madman vendiam feito água no deserto. E as turnês eram lotadas.
Mas você pode questionar: Mas tinha o Randy Rhoads. Sim concordo! Mas em 1983 Ozzy conseguia ir além na sua discografia com Bark at the Moon e nos anos seguintes com uma sequência de discos fabulosos. Mérito do gordinho maluco e da sua empresária.
As inscrições em forma de runas na capa e no encarte do Speak of the Devil traz a seguinte informação: “Howdy! Dial-A-Demon productions in conjunction with graveyard graphics proudly presents the madman of rock dumping into El Satanos toiletto.” “A tribute to Randy Rhoads, the axeman. That kid was my lifeline, you know? He was such a dynamic player and I’d rather not talk about it anymore because it cuts me up every day of my life. Randy Rhoads rest in peace and love.”
Em uma tradução livre ficaria assim: “Howdy! Produções Disque Demônio em conjunto com gráficos cemitério orgulhosamente apresenta o louco do rock despejando no banheiro de El Satanos”.
“Um tributo a Randy Rhoads, o ás. Aquele garoto foi minha tábua de salvação, sabe? Ele era um guitarrista tão dinâmico e eu prefiro não falar sobre isso porque me deixa em pedaços todos os dias da minha vida. Randy Rhoads descanse em paz e amor.”
“Speak of the Devil é um disco lançado pelo Ozzy meio que para medir forças com o Live Evil, disco lançado pelo Black Sabbath na mesma época e que contava com Dio nos vocais. No Speak of the Devil só contém músicas do Sabbath em sua fase e nele clássicos absolutos da banda como Iron Man, Black Sabbath, War Pigs, N.I.B, e outras que deixaria qualquer fã da banda admirado. Óbvio que por mais que tivesse uma banda excelente com ele, certas canções parecem não se encaixar tão bem se não tocadas pelo próprio Sabbath com Ozzy como é o caso de Sabbath Bloody sabbath onde o madman já não cantava aquela parte final ou Sympton of the Universe, mas tal comparação seria injusta demais. A banda já não contava mais com o infelizmente falecido Randy Rhoads tocando, sendo substituído por Brad Gillis que fez um excelente trabalho de guitarra, e no baixo uma ´cozinha` de respeito com Rudy Sarzo e o maravilhoso baterista Tommy Aldridge.”
Luis “Carlinhos” Carlos – Blog Arte Condenada
https://artecondenada.blogspot.com
Enquanto o Speak of the Devil figurava entre os Top 100 da Billboard, desde do seu lançamento, o Live Evil do Sabbath só entrou na famosa lista em meados de fevereiro de 1983. Ainda assim na posição 37, enquanto Speak estava na sua frente na posição 35.
Confira em: https://www.billboard.com/charts/billboard-200/1983-02-19
Nos comparativos do site Official Charts percebemos que SPak of The Devil se posicionou bem melhor durante mais tempo do que seu concorrente sabbathiano! rsss
Nem tanto, mas na verdade a única música desse disco que não foi tocada ao vivo com a platéia foi “Sabbath Bloody Sabbath”. Ela foi gravada durante as regravações, que serviriam para corrigir eventuais erros durante a finalização do álbum pelo produtor. Porém a banda gravou o instrumental todo sem público e muitas partes do disco tiveram a inserção do público.
Em dezembro de 1982. Ozzy Osbourne tinha 3 discos no Top 200 da Bilboard, entre eles o Speak of the Devil que figurou na posição 17 na ultima semana de dezembro daquele ano.
Confira em: https://www.billboard.com/charts/billboard-200/1982-12-25
Nos encartes do cd e do álbum em vinil, aparece a figura do Ozzy com seus caninos falsos com um anão vestido de morte. As más línguas dizem que foi uma provocação do cantor com Ronnie James Dio. Leia mais no texto dessa matéria.
Data de Lançamento: 27/11/1982
Data da Gravação: 26/27 de Setembro de 1982
Local: The Ritz em Nova Iorque
Gênero: Heavy Metal
Gravadora: Jet/Epic
Duração: 70:16
Produção: Max Norman, Ozzy Osbourne
Álbum: Speak Of The Devil / Talk Of The Devil (na Inglaterra)
Intérprete: Ozzy Osbourne
Lançamento: 27 de novembro de 1982 (relançado em 22 de agosto de 1995)
Gravadoras: Jet / Epic Records
Produtor: Max Norman e Ozzy Osbourne
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